Alcatraz

Dormir nunca esteve entre as atividades que a jovem cria da discórdia praticava, mas exatamente por tal motivo ela amava quando conseguia faze-lo. Por incrível que pareça naquela madrugada a semideusa havia sim conseguido adormecer com facilidade, diferente das outras a imagem do semideus de cabelos escuros não havia tomado sua mente, aparentemente estas haviam se guardado para o sonho que perturbou a loirinha durante as horas que se seguiram.

O corpo da moça movia-se desajeitado sobre o lençol branco de sua cama, os longos fios de cabelo eram jogados de um lado a outro enquanto resmungos típicos de agonia escapavam pelos lábios sem cor da campista. Suor escorria por sua testa, e por vezes grudava algumas mechas de cabelo na pele de Lilith.

Bruscamente ela levantou-se, um grito fora expelido, alto, forte. A boca estava entreaberta, a respiração muito mais do que apenas desregulada, seu coração batia descompassado, como se estivesse se preparando para saltar do peito da garota.

Lentamente ela cruzou as pernas, elevou ambas mãos ao seu cabelo, envolvendo os dedos em tais e tratando de prende-lo em um coque desajeitado. Aos poucos o peito da comensal passou a subir e descer com mais lentidão, as pálpebras se abaixavam lentamente, tratando de encobrir as iris tão misteriosas da moçoila.

Tempos depois de toda a agitação do acordar, via-se a brisa tratar de bagunçar o coque ainda feito da devota da noite. Seu olhar parecia perdido, um sorriso maldoso tratava de deixar seus lábios sutilmente curvados, a noticia do caça ao tesouro realmente havia trazido um humor diferente a Vondegeist, que agora parecia seguir pela rua principal que levava até a grande mansão.

Apenas um puxão, forte e imponente, e todo aquele bom humor desaparecera. Irritada e odiando ter sido incomodada, a menina virou-se bruscamente, os dedos de sua mão envolveram-se em torno do pescoço do insolente que ousara desviar a campista de seu caminho. A outra mão havia se fechado em um punho e estava prestes a se chocar contra o rosto do humanóide, quando este levantara um pedaço de papel.

CONTEUDO DO JORNAL escreveu:”Alcatraz a ilha perdida dos deuses, lar de itens milenares.”

Os olhos de Violet deslizaram pelas palavras rapidamente, e no instante seguinte ouviu-se o som do baque do corpo do semideus indo de encontro ao chão. A cria de Éris perdeu-se rapidamente no conteudo que o tal jornal apresentava.

Um sutil ruido de arrastar alcançou a garota, sorrindo ela apontou para o garoto que tentava fugir. Com um olhar maldoso e intimidador ela se aproximou do novo alvo, ajoelhou-se diante dele enquanto mordia o próprio lábio inferior. ” Seu merdinha, tens dez minutos para levar ao limite da barreira de proteção um modo de teletransporte para mim, se não for… “

Como se aquilo houvesse sido um aviso, em torno de ambos os campistas vultos começaram a surgir, vez ou outra via-se um corpo inteiro passar rapido por eles, em outros momentos uma mão tentando pega-los. ”Você não vai querer cruzar meu caminho…” O tom de voz da comensal não era normal, além de grosso assemelhava-se com o de um monstro, muito além de ameaçador.


Lilith batia impaciente o pé contra a grama verde que cobria o chão, o olhar da moça encontrava-se fixo no limite da rua principal. Um suspiro longo escapara de seus lábios. O prazo do garoto estava quase para acabar, e este ainda não havia dado nenhum sinal.

A moça tinha presa a sua cintura uma espada de coloração avermelhada, sobre seu ombro estava a tão querida capa estrelada e preso ao pulso um bracelete de tom negro. Um suspiro longo escapou dos lábios da menina, e neste mesmo instante o semideus chegara.

Incrivelmente ele parecia não estar trazendo nada consigo, este parou diante da filha de Éris, colocou a mão no bolso e retirou de lá uma pequena perola azulada. Violet logo arqueou uma de suas sobrancelhas, os dedos da mão direita logo se entrelaçaram no punhal da espada, e esta fora puxada. ”Desculpe pela demora, aqui esta.”

Vondegeist tomou o objeto do rapaz, respirou fundo fitando tal por alguns longos segundos. Em um movimento rapido tratou de elevar o próprio braço, mover o pulso e juntamente a espada, a lamina logo encontrou o pescoço do garoto, e cruelmente o cortou, decapitando o campista. ”Isto é por me fazer esperar.”

A jovem sorriu friamente e deixou que a perola caísse próximo ao seu pé esquerdo, lentamente pisou sobre tal, começando a esmaga-la. Seus pensamentos focaram-se apenas no local em que o jornal anunciava: A tão esquecida ilha dos deuses.

ARMAS:

PODERES: